sábado, 4 de dezembro de 2010

pontos nos "i's"

Parque e uma data, qualquer uma. Esse foi o local onde ela esperou por ele. Enquanto esperava, escreveu uma história sobre o passado deles e recordou fotografias em tom de sépia... Cada bloqueio, cada ponto final, cada ponto e vírgula... Isso simbolizava a falta de imaginação para escrever o fim de uma lembrança. A rapariga escreveu todos os momentos mais importantes num rascunho e juntou-o às fotografias. Levantou-se e foi até à esplanada comer um gelado com a consciência de que aquele seria o fim que escreveria no final da folha de rascunho. Entretanto, submersa nos seus pensamentos, não notou que daquela página e daquelas fotos estava a fazer um pequeno "Quantos-Queres" assim como não notou na presença dele; do outro lado da mesa a observá-la sem querer perturbar a sua linha de raciocínio. Reparou que estava a perdê-la. Estava a deixar infantilidades estragar a sua vida. E ambos sabiam que eram a vida um do outro. Quando despertaram para a realidade, ela passou-lhe para as mãos o "Quantos-Queres" mal feito devido à sua falta de jeito. Pegou na sua mala e segredou-lhe ao ouvido: "Não completei a história, porque a nossa história não tem um fim... Já reparaste?". O rapaz, sozinho no meio de um parque vazio, ligou o Mp4 e começou a ouvir as suas músicas favoritas. Desdobrou o rascunho e leu-o atentamente. Pensou como ela estava tão certa... A história deles não tinha um fim.


Isto lembra-me alguma coisa... O barco de papel que perante o jornalista afirmou um dia ainda conseguir vir a ser um avião de papel, certo Mulan?
Luna

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coisinhas *